18 de fev. de 2010

É dia de rally!

Mas não me avisaram.

     Começo meu relato lembrando de uma frase que eu disse ontem ao meu instrutor: "Adoro estrada de chão.". Ontem, eu adorava. Hoje, eu passei a gostar muito mais. Diante dessa minha afirmação, hoje a aula programada era apenas em estrada de chão. Eu não conheço muito bem o perímetro urbano dessa grande cidade, quem dirá o que fica fora dele. Mas o pensamento é "Dane-se, estou com o instrutor!".  A estrada tinha um pouco de lama no começo... parece que foi aberta recentemente (é surpreendentemente larga pra uma estrada de chão comum), acho que vai receber asfalto em breve. Mas o lamaçal ia muito além... quando mais eu me enfiava por aqueles matos, mais caminhões atolados a gente encontrava.
     Eu não dei muita importância a isso. Caminhões carregados são pesados, e naquela lama poderiam ter atolado facilmente, não? Não. A coisa tava crítica. Eu não me preocupei até que perdi o controle da direção e o carro começou a dançar na pista. Agradeci a todos os seres sobrenaturais e divinos que consegui pela rua ser muito ampla, senão acredito que naquela primeira "dança de pneus" eu já teria ferrado com o carro e teríamos que pedir ajuda pra sair dali. Com o carro dançando e eu sem saber o que fazer, o instrutor foi rápido: deu a ordem de não acelerar nem frear e tirar as mãos do volante. Ele estabilizou o carro e me avisou: "Fica mais no meio da pista, tenta seguir os trilhos ja feitos por outros veículos e NÃO CHEGUE PERTO DOS CANTOS DA RUA!"
     E lá fomos nós. Notei o motivo de ter que ficar no centro da pista. Se eu subisse na parte mais externa, eu atolava. Fui muito bem, até que vem um caminhão no sentido contrário ao meu, também seguindo os rastros já existentes, os mesmos que eu. Comecei a pensar no que fazer para desviar dele com segurança e devo ter feito algo muito errado enquanto pensava, pois já estávamos dentro de outro passo de dança do carro maluco. Eu não contive o riso; ou melhor, a gargalhada. Meu instrutor sempre fazia piada sobre eu conseguir sujar o carro dele e quando olho no pára-brisa ele está coberto de respingos de barro. A seguir, depois de estabilizar o carro novamente, o instrutor questiona, com as mãos sobre a cabeça, os olhos fechados e a voz um pouco alta: "O QUE EU TINHA NA CABEÇA QUANDO TE MANDEI VIR PRA CÁ?". Eu gargalhei novamente, e ele prosseguiu: "Amanhã, só perímetro urbano, Dona Flávia.".
     Depois de tudo isso, mais uns 7 caminhões atolados pelo caminho, achamos uma estradinha mais estável, apesar dos buracos, e seguimos por ela. Eu não estava em um dos meus melhores dias, estava errando as marchas, não conseguia fazer a coisa certa e isso também parecia irritar (ou aborrecer) o instrutor.
     No fim das contas, ele me tirou 10 minutos de aula pra poder lavar o carro antes da sua próxima aula. E se nada mudar, amanha terei três aulas APENAS em perímetro urbano. Espero que uma delas seja cancelada. Amanhã provavelmente farei umas 30 balizas, queria ter feito hoje mas o tempo foi reduzido na lerdeza do meu rally. É, quero só ver no dia da prova...

Um comentário:

Jean Rio Negrinho disse...

Garanto que te levaram pra SC-422, meu carro já passou ali e o zigue zague de um lado para o outro é comum. Apena um lema nessas horas: Frear nunca!